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terça-feira, 24 de abril de 2007
Fernando Pessoa
O Meu Olhar
O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando pela direita e para esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como um malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: Tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque que ama nunca sabe o que ama
Nem sae porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocëncia,
E a unica inocëncia não pensar...
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Alberto Caeiro
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Enqunto isso... Na fila do INSS
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Freud - Multimidia
Vídeo que reúne cenas gravadas entre 1929 e 1937 na casa de Sigmund Freud, mostra o pai da psicanálise com sua família e amigos em várias situações, como em celebrações familiares e no seu 50 aniversário de casamento. Na gravação, Freud ainda aparece em seu consultório com objetos históricos e conversando no jardim com o arqueólogo e amigo Emanuel Loewy.
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Clique neste link para assistir:http://www2.uol.com.br/vivermente/multimidia/freud.html
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quarta-feira, 18 de abril de 2007
De lá pra cá!
Pequeno Dicionario Filosófico
Doutrina
O termo doutrina pode ser definido como o conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico, científico, entre outros.
Dogma
Um dogma, no campo filosófico, é uma crença/doutrina imposta, que não admite contestação. No campo religioso é uma verdade divina, revelada e acatada pelos fiéis. No catolicismo os dogmas surgem das Escrituras e da autoridade da Igreja Católica.
Fonte: Wikipédia.com
terça-feira, 17 de abril de 2007
Sindrome de Down - Visão Sensível e Pertinente
"O Documentário - Do Luto À Luta", fala não apenas das dificuldades das pessoas com a síndrome, mas também de como é possível que elas se adaptem à sociedade e levem uma vida praticamente normal.
Para provar isso, o documentário vale-se de exemplos reais, como dois jovens que se casam e outros que estudam e trabalham.
Os portadores da Síndrome de Down têm uma má-formação genética, que acarreta problemas físicos e mentais. O filme, porém, prova que uma adaptação saudável do indivíduo depende mais da sociedade do que do portador da síndrome.
Os portadores da Síndrome de Down têm uma má-formação genética, que acarreta problemas físicos e mentais. O filme, porém, prova que uma adaptação saudável do indivíduo depende mais da sociedade do que do portador da síndrome.
O filme mostra que a primeira grande dificuldade que a criança com Down enfrenta é a aceitação dentro da própria família. Como diz um pai entrevistado: "Foi um susto. O obstetra tinha até medo de dizer, e eu percebi que tinha algo de diferente."
Mocarzel mostra que a vida de uma pessoa com Síndrome de Down requer alguns cuidados especiais, mas nem por isso é limitada. Dois jovens (os mesmos que vão se casar) dizem que sonham ser cineastas, e o diretor lhes dá a chance de dirigir uma cena. Cada um deles lida com temas médicos e resultado das filmagens é impressionante.
Um dos jovens entrevistados, que também gosta de cinema, pergunta a Mocarzel porque o diretor está fazendo um filme sobre esse assunto. O diretor não precisa de palavras para dizer o motivo, apenas mostra imagens de sua filha ao lado dele.
"Do Luto À Luta" consegue ser emocionante e emotivo, sem cair na pieguice, além de ser informativo.
O documentário participou de diversos festivais no Brasil, e ganhou vários prêmios. Entre eles, o prêmio especial do júri no Festival de Cinema de Gramado/2005 e o troféu de Melhor Documentário pelo júri popular no Festival Internacional do Rio 2005.
Atriz participando da novela "Páginas da Vida" - Rede Globo
(Alysson Oliveira, do Cineweb, especial para a Reuters)
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Triste Nota - Morte no Campus de Virginia Tech USA
Tiroteio deixa ao menos 32 estudantes mortos nos EUA .
"Ao menos 32 pessoas foram mortas em um tiroteio, incluindo o suspeito de ser o autor dos disparos, na universidade Virginia Tech nesta segunda-feira, disseram a polícia e funcionários da universidade.
De acordo com a polícia, houve dois tiroteios, em dois locais distintos, nesta manhã. Para os policiais, apenas um atirador foi responsável pelas duas seqüências de disparos."
Leia mais http://oglobo.globo.com/
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Brasileiras e Portuguesas - As mais procupadas com a beleza
Pesquisa internacional listou os países mais preocupados com a beleza.
Uma pesquisa internacional realizada em vários países com mais de 25 mil pessoas revelou que o povo brasileiro é o mais vaidoso. Na lista de cuidados com a beleza, o cabelo e a pele foram os mais mencionados.
ntre os brasileiros entrevistados, 87% declararam se preocupar o tempo todo com o estilo e a aparência. Atrás, ficaram os portugueses, com o segundo lugar; e os gregos,com o terceiro. Os franceses ficaram com o oitavo lugar e os argentinos, em nono. A última da lista foi a população da Noruega. A consultora de imagem Titta Aguiar explica porque os homens e as mulheres brasileiras, principalmente, gostam tanto de investir em estilo. “Nós somos extremamente criativos, o brasileiro ousa muito. Ele não tem medo de mudanças. No verão, época de pele bronzeada, quem não tem tempo de tomar sol vai fazer bronzeamento artificial. No inverno, de repente, a pessoa escurece o cabelo.”
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Maradona - Don Diego Argentino
Diretor de clínica diz que Maradona pensa que é Deus
O médico Héctor Pezzella, diretor da Clínica Güemes, onde o ex-jogador está internado, afirma estar preocupado a influência negativa que exercem sobre Diego.
BUENOS AIRES - O médico Héctor Pezzella, diretor da clínica Güemes, na qual Diego Maradona está internado desde 28 de março devido a uma hepatite provocada pelo consumo excessivo de álcool, disse que o ex-jogador "pensa que é um Deus".
"Acho que Maradona pensa que é um Deus e esta pode ser a origem de alguns de seus males", afirmou Pezzella à agência estatal de notícias Télam.
O médico comentou que é "de relativa importância" a influência negativa que seu entorno pode ter sobre Maradona.
"Os entornos são formados por cada um, e não o contrário. Depende de cada personalidade", acrescentou.
"Maradona continua com boa evolução clínica da hepatite tóxica por álcool e com a melhora de seus parâmetros cognitivos e mobilização ativa", afirma o último relatório da clínica.
"O paciente permanece com sedativos em doses descendentes, o que permite se mobilizar no quarto e se alimentar sozinho", acrescentou.
Após vários dias sem visitas, Maradona recebeu no domingo alguns Familiares. Apesar de a clínica não ter informado oficialmente, fontes ligadas a Maradona disseram que é possível que os médicos lhe dêem alta em meados desta semana.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
GodTube - O YouTube do Cristão
DeusTube...
Todos conhecem o YouTube com seus infinitos videos na internet, agora chega a web o GodTube para os cristãos americanos.
O produtor de televisão Chris Wyatt lançou uma versão cristã do YouTube, chamada GodTube. A página fez uma paródia do slogan do site do Google - “Broadcast Yourself”, (”Transmista a si mesmo”, em português) - e utiliza “Broadcast Him” (”Transmita Ele”).
O site de vídeos já tem 60 mil visitantes por dia e está muito próximo de se tornar o maior site cristão da web, de acordo com o Times online. Além de pequenos filmes que pregam a crença religiosa de forma convencional, existe uma série de vídeos que utilizam humor como forma de passar a mensagem, contrariando a fama de séria e formal que tem a comunidade cristã dos Estados Unidos..
Um usuário que se chama de Pastor Al publicou um vídeo onde chama o coelho da Páscoa para uma luta onde quem vencer vai poder clamar o feriado (clique aqui para ver). A mensagem do pastor é uma crítica ao consumismo da data e pretende desta forma chamar a atenção de milhares de jovens.
Muitos dos filmes do GodTube falam sobre assuntos como aborto, a teoria da evolução e os perigos do satanismo e vídeos chamados de “Mulheres grávidas e cocaína” ou “O segredo do Inferno”. O site ainda contém muitos clipes de bandas de rock cristã.
De acordo com a revista Wired, os vídeos do GodTube são tão estúpidos quanto os do YouTube, mas são muito mais engraçados. Entretanto, nem todo humor no site é intencional. Em um dos vídeos mais assistidos do site, Ray Comfort, um evangélico californiano, utiliza uma banana para demonstrar a genialidade da criação de Deus. “Veja como cabe graciosamente na mão humana. O criador da banana, Deus, ó todo poderoso, a fez com uma superfície que não escorrega”, declara o religioso. Comfort prossegue em seu sermão por diversos minutos, sem perceber a possibilidade de dulpa interpretação. (clique aqui para ver)
Fonte: Redação Terra
terça-feira, 10 de abril de 2007
Tabagismo
Leite, frutas e vegetais podem ajudar os fumantes a se livrar do cigarro,
segundo pesquisa realizada por cientistas do Centro Médico da Universidade Duke, nos Estados Unidos.
De acordo com o estudo, fumantes relataram que laticínios, frutas, vegetais e água ajudaram a piorar o gosto dos cigarros, enquanto álcool, café e carne melhoraram o sabor. Para os autores do trabalho, a descoberta poderá indicar caminhos para o desenvolvimento de dietas contra o tabagismo, ou de soluções do tipo goma de mascar, que torne cigarros menos palatáveis.
De acordo com o estudo, fumantes relataram que laticínios, frutas, vegetais e água ajudaram a piorar o gosto dos cigarros, enquanto álcool, café e carne melhoraram o sabor. Para os autores do trabalho, a descoberta poderá indicar caminhos para o desenvolvimento de dietas contra o tabagismo, ou de soluções do tipo goma de mascar, que torne cigarros menos palatáveis.
O estudo, apoiado pelo Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, será publicado na edição de abril da revista Nicotine and Tobacco Research.
O coordenador da pesquisa, Joseph McClernon, que é professor de psiquiatria médica da Universidade Duke, afirmou que algumas modificações na dieta podem tornar um pouco mais fácil a tarefa de parar de fumar. “Consumir itens que piorem o gosto do cigarro, como um cubo de leite congelado, pode ajudar significativamente”, disse.
Na pesquisa, 209 fumantes enumeraram itens que pioram ou melhoram o gosto de cigarros. Laticínios – principalmente leite e queijo – foram citados por 19% dos indivíduos como itens que pioram o gosto. Bebidas sem cafeína, como água ou suco de frutas, foram citadas por 14%, enquanto 16% indicaram frutas e vegetais.
As bebidas alcoólicas melhoraram o gosto dos cigarros para 44% dos fumantes. As bebidas com cafeína – chá, refrigerantes de cola e café – foram mencionadas por 45%. A carne foi apontada por 11%.
Os indivíduos que fumam cigarros mentolados reportaram com menos freqüência a associação de alimentos e bebidas com a alteração do gosto de cigarros. O fato sugere, de acordo com os cientistas, que o mentol esconde o gosto desagradável induzido por itens consumidos com os cigarros.
Os pesquisadores buscam agora formas para a utilização de acetato de prata, conhecido por alterar o gosto dos cigarros, para ajudar fumantes a deixar o hábito. O aditivo poderia ser consumido em forma de gomas de mascar ou de pastilhas como parte do tratamento para abandonar o tabagismo.
“Todo tratamento exige força de vontade. Essas soluções serão apenas auxiliares, mas não funcionarão sozinhas. Elas poderão tornar o cigarro desagradável, mas, se a pessoa não tiver vontade de parar, vai começar a fumar novamente”, disse McClernon.
Fonte: Agência FAPESP
segunda-feira, 9 de abril de 2007
Fala Chico!
"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausênciade entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destinonos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto... Solidão é quando nos perdemos de nós mesmo se procuramos em vão pela nossa alma."
Chico Buarque de Holanda
Percepção e Reação - Brasil
Pesquisa Datafolha: Maioria dos brasileiros deseja a pena de morte.
Uma pesquisa nacional do Datafolha que acaba de sair do forno revela que a maioria dos brasileiros deseja a implantação no país da pena capital. São favorável à pena de morte nada menos que 55% dos 5.700 eleitores entrevistados pelo instituto em 25 Estados. A sondagem, realizada entre os dias 19 e 20 de março, encontra-se publicada na edição deste domingo da Folha (assinantes).
O percentual é mais expressivo do que os 51% que se declaravam a favor da execução de criminosos em pesquisa realizada sete meses atrás, em agosto do ano passado. O levantamento atual demonstra que o apoio à pena de morte iguala-se ao índice de 1993, o maior já registrado desde que o Datafolha começou a fazer esse tipo de aferição, em 1991.
Trata-se, sem dúvida, de uma reação da sociedade ao recrudescimento da violência no país. De certo modo, reflete a fúria resultante do noticiário. Ainda está fresca na memória brasileira a morte, em fevereiro passado, no Rio, do menino João Hélio Fernandes, 6, arrastado por marginais do lado de fora de um carro roubado por longos e torturantes sete quilômetros.
Há duas semanas, em outra pesquisa, o mesmo Datafolha mostrara que a violência, com 31% das menções, superara o desemprego como maior problema do país na percepção dos brasileiros. Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, os dois números não estão necessariamente interligados.
"Esse apoio majoritário à pena de morte já é histórico. Neste momento cresceu um pouco, mas não apenas porque cresceu a percepção de violência. Entre os que apontam a violência como principal problema, a taxa de apoio à pena de morte é exatamente a mesma da média", diz Paulino.
A pesquisa joga gasolina na fogueira do debate em torno da redução da maioridade penal de delinqüentes com menos de 16 anos. É pena que, em meio ao furor social, seja acomodada em segundíssimo plano a discussão acerca da ineficiência do Estado em prover aos centros de reeducação de menores e aos presídios convencionais do país condições mínimas de reabilitação dos infratores da lei.
Escrito por Josias de Souza às 02h35
quinta-feira, 5 de abril de 2007
A Lua e a Pascoa
A Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem) advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário.
Como o calendário judeu é baseado na Lua, a Páscoa cristã passa a ser móvel no calendário cristão, assim como as demais datas referentes a Páscoa, tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas.
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A Páscoa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo o primeiro domingo após a lua cheia seguinte à entrada do equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril.
A Páscoa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo o primeiro domingo após a lua cheia seguinte à entrada do equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril.
As datas móveis que dependem da Páscoa são:
- Terça-feira de Carnaval - quarenta e sete dias antes da Páscoa
- Quaresma - Inicia na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos (uma semana antes da Páscoa)
- Sexta-feira Santa - a sexta-feira imediatamente anterior
- Sábado da Solene Vigília Pascal - o sábado de véspera
- Pentecostes - o oitavo domingo após a Páscoa
- Corpus Christi ou Corpo de Deus - a quinta-feira imediatamente após o Pentecostes
quarta-feira, 4 de abril de 2007
“Quando Nietzsche Chorou” chega aos palcos no Brasil
Com mais de 200 mil exemplares vendidos no Brasil, “Quando Nietzsche Chorou” traz um suposto encontro entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Cássio Scapin) e o médico vienense Josef Breuer (Nelson Baskerville), professor e mentor de Freud (Flávio Tolezani). Na Viena do século 19, em meio à ebulição intelectual da época e às vésperas do nascimento da psicanálise, o revolucionário filósofo alemão Friedrich Nietzsche está no limite do desespero, com impulsos suicidas, incapaz de encontrar a cura para as insuportáveis enxaquecas e convulsões que o afligem.
Nessa mesma época, Josef Breuer está envolvido numa atmosfera de glórias e fracassos, após ter tratado de uma paciente com seu novo método de tratamento, a “terapia através da conversa”. O que deveria ser seu melhor momento se revela num grande tormento – ele tem obsessivas fantasias sexuais com Anna O., sua paciente e, em decorrência disso, sofre de insônia e pesadelos, além de uma crise matrimonial (é casado com Mathilde, interpretada por Lígia Cortez) e profissional em decorrência do fracasso do seu tratamento e ao envolvimento emocional e atração sexual mútua entre ele e Anna O. (codinome para sua paciente Bertha).
De férias em Veneza, Breuer é procurado pela jovem russa Lou Salomé (Ana Paula Arosio), amiga de Nietzsche, com quem teve uma tumultuada e impossível relação amorosa. Lou procura Breuer para lhe pedir um favor: tratar seu amigo Nietzsche de suas crises de enxaqueca, do seu desespero, depressão e impulsos suicidas. O filósofo alemão já tentara tratamento com dezenas de médicos em toda a Europa sem resultado clínico, e quase sempre seu orgulho e a natureza de seu sofrimento se configurariam em obstáculos intransponíveis ao tratamento.
Estas duas personalidades vão se encontrar, conhecer uma à outra e, principalmente, conhecer-se a si próprias. Deste encontro surge um primordial/fictício tratamento psicanalítico, no qual muitas das questões da relação analista/analisando são trazidas por meio do embate entre as posturas filosóficas de Nietzsche e a visão de mundo de Breuer, de uma forma extremamente humana e próxima. Quando Nietzsche Chorou une realidade e ficção, drama existencial e suspense, numa surpreendente trama sobre amor, auto-conhecimento e amizade.
Com elenco formado por Cássio Scapin e Nelson Baskerville (foto), participação especial em vídeo de Ana Paula Arosio, Lígia Cortez e Flávio Tolezani, direção de Ulisses Cohn, trilha sonora de Aline Meyer, iluminação de Wagner Freire, figurino de Fábio Namatame, a peça “Quando Nietzsche Chorou” é a mais nova realização da CIE Brasil.
Estréia dia 6 de abril, quinta-feira, às 21 horas, no Teatro Imprensa. Texto original – Irvin D. Yalom. Adaptação – Ulisses Cohn e Nelson Baskerville. Direção – Ulisses Cohn.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Amor Prepotente - My Fair Lady
O amor é prepotente: sempre acreditamos poder transformar e corrigir o objeto amado.
Por: Contardo Calligaris*
"My Fair Lady" é um clássico, que encena fantasias que habitam a mente de todos nós.
A história é conhecida: o professor Higgins encontra uma pobre vendedora de flores, estigmatizada por suas maneiras, sua gramática e sua pronúncia. Ele aposta que a transformará em uma "lady" com um curso intensivo de poucos meses. O mesmo professor, celibatário rabugento, aproveitará o curso para aprender algo sobre sentimentos. Como nota Jorge Takla no programa do espetáculo, "My Fair Lady" é uma "Cinderela" em que acontece uma troca extraordinária entre um homem e uma mulher, cada um transformando o outro. Voltemos ao mito que inspirou Bernard Shaw.
Pigmalião era um escultor que se apaixonou perdidamente pela figura feminina que ele mesmo tinha esculpido. Afrodite ouviu suas súplicas e deu vida à estátua. Não se sabe se Pigmalião ficou feliz com essa dádiva ou se, ao longo do tempo, ele lamentou a época em que sua amada não tinha vida própria.
Detalhe inquietante: Pigmalião criou a estátua e se apaixonou por ela porque desgostava das mulheres reais, que lhe pareciam indecentes (animadas por desejos autônomos).
A psicologia clínica usa o termo "pigmalionismo" para designar 1) a conduta erótica, um pouco estranha, de quem se apaixona por estátuas e as deseja; 2) num sentido mais amplo, a paixão pedagógica e erótica do sujeito que sonha com um objeto de amor e desejo que ele mesmo moldaria.
A psicologia experimental, nas últimas décadas, confirmou e debateu o "efeito Pigmalião": quando os professores esperam um grande progresso de seus alunos, os alunos progridem duas vezes mais rápido.
O desempenho do aluno é proporcional às expectativas do professor. Aos 20 anos, leitor assíduo de Ronald Laing e devoto da antipsiquiatria italiana, eu devaneava que, um dia, encontraria uma jovem esquizofrênica e catatônica: pela mágica de meus cuidados, eu lhe devolveria a fala e a vida. No processo, eu me apaixonaria por ela, e ela por mim; viveríamos felizes para sempre. Portanto, confesso: já fui pigmalionista e já apostei na força curativa do "efeito Pigmalião". Mas a história de Pigmalião não se aplica apenas em casos de extremismo pedagógico e terapêutico.
Qualquer um de nós desejou e deseja transformar o objeto amado. O amor é prepotente: idealizamos o outro e acreditamos firme que ele ou ela se emendarão.
Somos convencidos de que o outro amado carrega todas as qualidades que nossa paixão lhe atribui: elas estão escondidas, atrás de uma "deformação" que será corrigida pela virtude de nosso amor. Com isso, o amor desafia diferenças extremas, étnicas, culturais, religiosas e sociais.
"My Fair Lady" é um clássico, que encena fantasias que habitam a mente de todos nós.
A história é conhecida: o professor Higgins encontra uma pobre vendedora de flores, estigmatizada por suas maneiras, sua gramática e sua pronúncia. Ele aposta que a transformará em uma "lady" com um curso intensivo de poucos meses. O mesmo professor, celibatário rabugento, aproveitará o curso para aprender algo sobre sentimentos. Como nota Jorge Takla no programa do espetáculo, "My Fair Lady" é uma "Cinderela" em que acontece uma troca extraordinária entre um homem e uma mulher, cada um transformando o outro. Voltemos ao mito que inspirou Bernard Shaw.
Pigmalião era um escultor que se apaixonou perdidamente pela figura feminina que ele mesmo tinha esculpido. Afrodite ouviu suas súplicas e deu vida à estátua. Não se sabe se Pigmalião ficou feliz com essa dádiva ou se, ao longo do tempo, ele lamentou a época em que sua amada não tinha vida própria.
Detalhe inquietante: Pigmalião criou a estátua e se apaixonou por ela porque desgostava das mulheres reais, que lhe pareciam indecentes (animadas por desejos autônomos).
A psicologia clínica usa o termo "pigmalionismo" para designar 1) a conduta erótica, um pouco estranha, de quem se apaixona por estátuas e as deseja; 2) num sentido mais amplo, a paixão pedagógica e erótica do sujeito que sonha com um objeto de amor e desejo que ele mesmo moldaria.
A psicologia experimental, nas últimas décadas, confirmou e debateu o "efeito Pigmalião": quando os professores esperam um grande progresso de seus alunos, os alunos progridem duas vezes mais rápido.
O desempenho do aluno é proporcional às expectativas do professor. Aos 20 anos, leitor assíduo de Ronald Laing e devoto da antipsiquiatria italiana, eu devaneava que, um dia, encontraria uma jovem esquizofrênica e catatônica: pela mágica de meus cuidados, eu lhe devolveria a fala e a vida. No processo, eu me apaixonaria por ela, e ela por mim; viveríamos felizes para sempre. Portanto, confesso: já fui pigmalionista e já apostei na força curativa do "efeito Pigmalião". Mas a história de Pigmalião não se aplica apenas em casos de extremismo pedagógico e terapêutico.
Qualquer um de nós desejou e deseja transformar o objeto amado. O amor é prepotente: idealizamos o outro e acreditamos firme que ele ou ela se emendarão.
Somos convencidos de que o outro amado carrega todas as qualidades que nossa paixão lhe atribui: elas estão escondidas, atrás de uma "deformação" que será corrigida pela virtude de nosso amor. Com isso, o amor desafia diferenças extremas, étnicas, culturais, religiosas e sociais.
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(*) CONTARDO CALLIGARIS é psicanalista, italiano, doutor em psicologia clínica e colunista da Folha de São Paulo.
Para ler o texto completo clique: http://psifaa2.blogspot.com/
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Curta Nota!
Em tempos de Apagão Aereo
O avião da bela adormecida
Gabriel García Márquez
Gabriel García Márquez
Colaboração: Professor Ederson Dalpiaz
Era ela, elástica, com uma pele suave da cor do pão e olhos de amêndoas verdes, e tinha o cabelo liso e negro e longo até as costas, e uma aura de antiguidade que tanto podia ser da Indonésia como dos Andes. Estava vestida com um gosto sutil: jaqueta de lince, blusa de seda natural com flores muito tênues, calças de linho cru, e uns sapatos rasos da cor das buganvílias. "Esta é a mulher mais bela que vi na vida", pensei, quando a vi passar com seus sigilosos passos de leoa, enquanto eu fazia fila para abordar o avião para Nova York no aeroporto Charles de Gaulle de Paris. Foi uma aparição sobrenatural que existiu um só instante e desapareceu na multidão do saguão.
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Eram nove da manhã. Estava nevando desde a noite anterior, e o trânsito era mais denso que de costume nas ruas da cidade, e mais lento ainda na estrada, e havia caminhões de carga alinhados nas margens, e automóveis fumegantes na neve. No saguão do aeroporto, porém, a vida continuava em primavera. (...)
Para ler o texto completo clique no link abaixo:
http://psifaa2.blogspot.com/2007/04/o-avio-da-bela-adormecida.html
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